segunda-feira, janeiro 16, 2006
O FUNDADOR
Gonçalo Lagos Castelo Branco Leão, o Chefe Castelo, nasceu na cidade de Belém do Pará, no dia 22 de abril de 1907; faleceu, na mesma cidade, no dia 26 de abril de 1977, logo após completar 70 anos de idade. Filho de Genésio Alves Leão e Sebastiana Castelo Branco Leão, tinha cinco irmãos: Eduardo, Expedito, Raymunda, Izaura e Geraldina. Casou com Zaíra da Silva Pereira, de tradicional família do município de Bragança, Estado do Pará. Não teve filhos. Viúvo, decidiu morar na FEIJ. Viveu e morreu com simplicidade, mas com honradez e a certeza do dever cumprido.
Militar por formação e por convicção do Exercito Brasileiro, com o decorrer dos tempos foi galgando todas as patentes militares até chegar a General de Brigada R/1. Participou da Revolução de 1930, ao lado dos tenentes Magalhães Barata, Ismaelino de Castro, Mário Machado, Emanoel de Moraes, Moura Carvalho, dentre outros.
Bacharelou-se
No ano de 1932, então tenente do Exército Brasileiro, assumiu a liderança do escotismo no Pará, movimento iniciado em 1918, por Benjamim Sodré, de quem era amigo pessoal e havia sido transferido para o Rio de Janeiro. À época, os Escoteiros reuniam-se no Largo de Nazaré, ao lado da Basílica, na calçada do antigo 34º Batalhão de Caçadores e Centro Preparatório de Oficiais da Reserva (CPOR), do Exército Brasileiro.
Quando fundou a FEIJ, em 1949, era capitão do Exército Brasileiro. Na FEIJ cultivou os mais sadios princípios morais de camaradagem, lealdade e autodisciplina, formando uma geração de homens e mulheres que se espalham por esse imenso Brasil.
Foi, antes de tudo, um educador de crianças e adolescentes, preparando-os para servir à Pátria e a sociedade. Aplicava o método educacional advindo do escotismo e uma certa dose de sua formação militar, na parte disciplinar, especialmente nos acampamentos, com os toques de silêncio e da alvorada, treinamento na mata, orientação pelos elementos da natureza, provas de coragem, de nó, de Morse, de semáforo, de cozinha, além de jogos como “cabo de guerra”, “mensagem à Garcia” e “jogo da cidade”. Tinha no Código de Deveres (conforme o Tratado dos Deveres, do filosofo romano Cícero) os ensinamentos de uma educação universal, sem se descuidar das normas de higiene (individual com o corpo, com o vestuário, com a sede, com a piscina, com o vestiário, no campo ou no acampamento), para melhor convivência social. Despertava o civismo pela orientação sobre os símbolos nacionais (bandeiras, hinos, etc.). Utilizou os princípios úteis à formação moral, física e intelectual de infantes e jovens.
Concentrou as atividades da FEIJ nos esportes olímpicos, de onde sedimentou seu método educacional: educação pelo esporte. – Se uma criança ou um adolescente respeita as regras do esporte, será mais fácil adaptar-se as normas da sociedade.
Tinha personalidade marcante de um líder, sempre respeitado e admirado. Sua conduta de vanguarda, todavia, sofreu dura reprovação. No ano de 1951, criou o departamento feminino da FEIJ, em uma sociedade que não admitia pessoas de sexos opostos na mesma entidade de ensino; foi criticado pelo clero, pela imprensa e pela sociedade de maneira geral. Da mesma forma, foi alvo de severas críticas ao permitir o uso sungas pela equipe de natação. O tempo mostrou quem estava com a razão.
Politicamente, mantinha-se eqüidistante das cores partidárias, no entanto, era amigo pessoal das maiores expressões políticas do Estado; de Magalhães Barata a Paulo Maranhão, de Aurélio do Carmo a Alacid Nunes, incluindo-se Abelardo Condurú, Moura Carvalho, Álvaro Adolfo, Lameira Bittencourt, Janary Nunes, João Menezes, Armando Corrêa, Clóvis Ferro Costa, Lopo de Castro, Cléo Bernardo, Epílogo de Campos, Gabriel Hemes.
O Chefe Castelo recebia diversos visitantes ilustres na FEIJ, os quais, normalmente, eram saudados pela tropa reunida no pavilhão, com a “Canção da Amizade”:
Sale valentins
Caripus Quê, Quê,
Oh! Quê, Quê
Oh! Quê, Quê
Oh! Pinguelins, Pinguelins,
Pins, Pìns,
Thunga, Thunga,
Thunga, Maripunga,
Cara Manecau, Cau, Cau.
Em momentos de maior emoção, o Chefe Castelo pedia à tropa para entoar o “Grito de Guerra – Catê”:
Catê, Catê, Catê,
Anatauê, Apeuçu,
Uê, Uê, Uê,
Andira, Miracatê,
Chá, Chá, Chá,
Turugu, Murixingá.
O trabalho realizado na FEIJ credencia o Chefe Castelo como um dos maiores educadores do Estado do Pará e, por certo, também, do Brasil, a considerar o trabalho realizado na FEIJ e o revolucionário método educacional adotado: “educação pelo esporte”.
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