sábado, janeiro 21, 2006

 

O CAMPO DE ATLETISMO

É o Estádio Renato Christo Leite. Foi construído em uma área que faz frente para Avenida Governador José Malcher, antiga Avenida São Jerônimo, adquirida por doação, por meio da Lei Municipal Nº 1.847, de 17 de agosto de 1953, assinada pelo prefeito municipal de Belém, Lopo Alvarez de Castro.

A Avenida São Jerônimo não era asfaltada, não havia serviço adequado de esgoto e nem havia meio fio. As áreas às margens do igarapé da Passagem Honorato Filgueiras, em sua cabeceira, ficavam permanentemente alagadas, agravando-se no período das chuvas mais intensas, quando a água se esparramava, invadia o terreno da FEIJ e lá ficava retida, transformando-o em um autêntico igapó. À época o terreno ficou conhecido pelos feijianos como “Jacarezão”, por ser íngreme, alagado, ... um verdadeiro brejo. Na parte mais elevada do terreno formava-se um barranco de terra firme, com várias barracas de enchimento, cobertas com palha de ubuçú, daí ser conhecido como “alto da cabra”; no outro lado da Avenida São Jerônimo, entre a Travessa 14 de Março e a Travessa Castelo Branco, ficava o “alto do bode”, hoje a Vila Farah.

A limpeza e a urbanização da área revelou a obstinação dos feijianos que, exclusivamente, com emprego de força hercúlea, realizaram o fatigante e penoso trabalho de demolição daquelas barracas, remoção do entulho, entupimento de fossas, derrubada de árvores e preparo do terreno. Os feijianos ainda tiveram que se defender de ataque dos maribondos, ratos e mucuras, cobras e lagartos, centopéias, escorpiões, aranhas caranguejeiras, e toda espécie de bicho peçonhento.

Na parte alta de terra firme da área foi ampliado o campo de futebol. A terra retirada na escavação da primeira piscina da FEIJ, em 1941, foi utilizada para aterrar o campo de futebol e o campo de atletismo. Na parte baixa, alagada, inicialmente foi possível construir apenas o muro demarcatório, pela Avenida São Jerônimo, pois o “brejo” continuava resistindo. Depois foram construídos os muros do campo de atletismo pela Travessa 3 de Maio e Travessa 14 de Abril.

O Chefe Castelo decidiu enfrentar o desafio e conseguiu implantar na área o campo de atletismo da FEIJ, denominado Estádio Renato Christo Leite. Foram construídas as pistas de corrida, inclusive, com obstáculos, caixa de salto em distancia, salto triplo, salto em altura e lançamento de peso.

A natureza foi cruel: quando a chuva aumentava, a lama “engolia”, literalmente, os baldrames de concreto demarcatórios da pista e das caixas. Quase todos os anos havia limpeza completa na área, para se revitalizar as demarcações e se realizar as competições de atletismo. Em meados da década de sessenta o Chefe Castelo decidiu suspender as competições de atletismo na FEIJ e tentar conseguir aterro suficiente para àquela área. Várias carradas de piçarra foram jogadas, mas parecia que tudo era insuficiente; a capinação era realizada normalmente pelos feijianos.

Visando reativar o atletismo na FEIJ, no ano de 1974, Nêna (Ronaldo Estevam Lobato), Careca (José Ronaldo Carneiro Costa) e Alcir (Alcir Gursen De Miranda), tomaram a iniciativa de reconstruir a pista e as caixas do campo de atletismo. Competições foram realizadas na olimpíada feijiana e no campeonato da FEIJ, até 1976. A lama e o mato voltaram a tomar conta da área.

Na década de oitenta, o companheiro Josino Vianna conseguiu várias carradas de aterro e a terraplenagem da área com máquinas pesadas. Tudo em vão. O companheiro Serrão, vez por outra, aplicava veneno, na tentativa de evitar o crescimento do matagal.

Na gestão do presidente José Batista Coutinho Filho, em 1998, o terreno foi recuperado. Em parceria com terceiros conseguiu aterro suficiente e transformou a área em dois campinhos de futebol de areia, visando auferir recursos financeiros, para manutenção dessa escola construída por jovens idealistas, liderados pelo Chefe Castelo.

Finalmente o “jacarezão” foi dominado.



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